“Eu vivo me
perguntando quem é você que me roubou as palavras e ganhou as minhas linhas.
Nunca obtenho respostas, não sei o que em ti é real e o que é fruto da minha
imaginação. Não me faz bem sonhar contigo e acordar no frio dessa cidade
sabendo que você não chegará e a minha casa seguirá grande demais. Por mais que
encurtem as distâncias, que facilitem o amor e me empurrem até você, ainda nos
faltará muito. Faltará você deixar de ser pergunta e virar resposta. Eu não
preciso de amor fácil, até ontem eu nem sabia que precisava de amor, mas se é
difícil que ele se faz, que seja. Eu preciso apenas que você me olhe, que me
note. O amor também cansa de se esconder no meu peito ou nos meus olhos
forçados.
Não é a vida a vilã,
somos apenas nós, imaturos, mal-criados, desalmados: nós, que não sabemos amar.
Mas te amo, mesmo incompetente e rezando para que o meu coração acalme e eu
possa dormir sem o vazio ocupando espaços. Eu te amo mesmo na falta de nós.”
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