“No fundo era medo.
Era um medo tremendo de deixar alguém chegar até onde ninguém tinha ido. Era um
medo de ir até onde nunca fui. Era um medo profundo de perder a identidade,
perder a hora, a cabeça, as verdades. Que besteira. Meu Deus, que besteira
enorme! O amor chegou sorrindo. Sem gritar, sem calar, sem ponto de
interrogação. O amor trouxe reticências. Algumas vírgulas. E muitos parágrafos.
O amor trouxe novas folhas brancas. E pele, aconchego, abraço. O amor é um
abraço apertado. Um beijo na testa. E uma mão firme que te ampara a todo
instante. O amor é compreensão, é olho no olho, é promessa que cumpre, é voz
que não gagueja, é quietude, segurança. É impossível esquecer um amor. E, sabe,
sou daquelas que acha que amor mesmo, amor de verdade à gente só vive uma vez.”
— Clarissa Corrêa
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